quarta-feira, dezembro 16, 2009

Reconhecimento de padrões




Acabei de identificar uma padrão em mim, com ele confirmei o meu pavor pelo fracasso. Venho me dando conta, de que tenho muito medo de rejeição e a rejeição não deixa de ser um fracasso. Tenho um medo doentio de ser rejeitado, o que seria pra mim o fracasso em conquistar alguém, o fracassar em me manter interessante.

Esse padrão ficou evidente agora, mas a primeira vez em que lembro das grandes consequências desse medo foi numa das mais pulsantes passagens da minha vida: aos 16 anos, namorar Ela. Descobri que nós dois nos gostávamos quando éramos crianças e que esse reencontro só poderia ser um capricho do destino para fazer de mim o homem mais feliz do mundo, e eu realmente era. Até amar demais.

Amar Ela era uma coisa forte demais pra mim, ela era tudo o que eu poderia desejar (até hoje seria) mas a sensação de que eu gostava mais dela do que ela de mim, esse medo de um dia ser rejeitado me sufocava de uma forma que me impedia de manter o relacionamento saudável. Acabei. Eu não suportava a possibilidade de um dia ser abandonado, largado, esquecido. Ela não entendeu. Ninguém entenderia mesmo.

Neste exato momento me vejo olhando pra trás e me dando conta de que o padrão se repetiu, e repetiu-se mais de uma vez. Sofro da mesma forma que sofri da primeira vez e me dou conta da minha covardia. Enquanto sofria, mantinha minha posição de que tinha feito a coisa certa. Hoje eu sei que não, sei que fiz merda. Mas só sei, porque insisti no erro, coisa que não quero mais.

Eu costumava me orgulhar dos meus resultados em testes de reconhecimento de padrões, mas desse padrão quero me ver livre.

2 comentários:

Anônimo disse...

A gente mesmo acaba se rejeitando e rejeitando as oportunidades que algumas vezes serão únicas e no final... passou.

Anônimo disse...

Muitas vezes preferimos viver em um padrão mais baixo do que poderíamos alcançar, que pode ser menos incerto e menos dolorido a curto prazo, mas é mais dolorido a longo prazo.
Os “intensos” são um tipo raro, raríssimo, dentro de uma humanidade quase completamente amorfa, passiva, de indivíduos mornos, vivendo uma vida em tons pastel. Penso o seguinte: se é para se entregar que seja por inteiro... porque as emoções também serão completas... intensas... e não pela metade...
Ousar viver cada segundo como se fosse o último, sem medo do desconhecido.