quinta-feira, janeiro 21, 2010

Quebrar a cara


Eu voltava para o trabalho, por volta das 14:20, atrasado, claro. Naquele ritmo de quem não tem pressa. Não era calma, tranquilidade ou relaxamento. Era medo.

Eu não queria trabalhar, eu não queria encarar mais um dia duríssimo, cheio de pressão, cheio de expectativas e frustrante. Encarar isso tudo é me jogar contra o muro da minha incapacidade.

Essa metáfora do muro é perfeita. Dura, áspera e representa muito bem a dor que sinto quando vou contra minhas limitações, sempre quebro a cara. E saibam os senhores que isso dói.

Eu não queria mais um dia de cara quebrada, muito menos assumir isso. Vinha protelando, vinha adiando o sofrimento. Não sabia eu que adiar o sofrimento e multiplica-lo são exatamente a mesma coisa.

3 comentários:

Thais disse...

muito bom! só não entendi em que parte vai o REAL distanciamento do EU, como tu falou... afinal, quem nunca sentiu isso?

Unknown disse...

O distanciamento se dá na medida em que eu não passei por isso. Assim como nos outros textos, eu falo de situações e sensações que considero factíveis, mas que raramente são reais.

Nesse caso, eu achei que seria mais claro o distanciamento, já que vcs insistem em achar atores para os outros e sabem que não venho passando por isso nos últimos tempos.

Magdala disse...

Depois dessa, não me diga que não é um neurótico obsessivo.